Ivo Lavor chama fenômeno do bebê reborn de “dor social” e critica julgamentos e risos
O professor falou sobre o papel da educação em relação ao tema. "A educação em um tempo de crise ela se apresenta como uma educação para cura"
Em sua coluna “Diário Educação” desta semana, o professor Ivo Lavor falou sobre um tema que nos últimos dias tem sido bastante repercutido nas redes sociais. O educador comentou sobre a relação entre o bebê reborn e a educação.
Ele disse que trata-se de um caso de saúde pública, mas enfatiza que é importante que os profissionais da educação possam se posicionar quanto ao assunto.
“Antes que a gente critique, antes até que a gente dê risadas, é importante saber que existe ali para quem se comporta dessa forma, atribuindo maternidade ou paternidade ao bebê reborn, que existe uma solidão, uma carência afetiva, uma falta de vínculos reais, que é exatamente um fenômeno do nosso tempo”, apontou o docente.
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Ele usou a citação de Zygmunt Bauman em que as relações estão “cada vez mais efêmeras e cada vez mais liquidas”. Ivo Lavor explica que o fenômeno do bebê reborn merece uma providência imediata. “Porque quando adultos adotam bonecos como filhos, procurando inclusive o sistema de saúde para atendimento, não tem por que rir disso, nós precisamos ter uma intervenção urgente”, pontuou.
Para o professor, o tema precisa ser tratado em sala de aula porque “a educação em um tempo de crise ela se apresenta como uma educação para cura”. Segundo ele, a escola “deve ser terapeuta, relacional, restauradora”. “Não basta ensinar, é preciso tocar a alma”, destacou.
Ivo citou um projeto de sua autoria que está sendo implantado em algumas cidades, inclusive da Paraíba, onde é focado na educação de pais.
“O problema é emocional. Precisa realinhar os papéis na sociedade e travar uma discussão de que as relações mais próximas precisam ser evidenciadas de uma forma urgente. Quando a gente age com julgamento, é interessante que a gente aja diferente, não com julgamento, mas fazendo a pergunta: ‘o que está faltando para esta pessoa? O que é que está doendo nessa pessoa?’ Então é uma dor social e há uma necessidade de que a gente traga essa discussão”, frisou.
O professor ressaltou ainda que não é o bebê reborn em si o problema, ele enfatiza que a questão “são relações sociais que estão mais efêmeras”. Por último, ele pontua que as competências socioemocionais são muito trabalhadas nas escolas, mas segundo o docente, “tais atividades não estão atingindo um determinado público que é o público adulto”.
PROFESSOR IVO LAVOR
Ivo Lavor é coordenador acadêmico das Faculdades Integradas do Ceará – UniFIC, em Iguatu-CE. Ele também trabalha com formação de professores e é escritor.
O cearense tem 45 anos de idade e 25 de carreira na área da docência. Nessas duas décadas e meia, Ivo já exerceu várias funções como gestor de escola, desenvolveu várias atividades desde a alfabetização, EJA, técnico da educação, entre outros. Hoje, ele atua com mais ênfase no ensino superior e na pesquisa.
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Para encontrá-lo nas redes sociais, basta acessar o Instagram @ivolavor.oficial – e no Youtube, Ivo Lavor.
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