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Com quase 70 anos, vendedor de picolé do Ceará está aprendendo a ler e escrever com garotinha de 9 anos

Francisco Santa Filho é um idoso de 68 anos bastante conhecido na comunidade em que vive como ‘Zezinho’, e reflete perfeitamente os contrastes sociais que podemos encontrar no Brasil

Por Criatives

01/05/2019 às 11h03

Francisco nasceu em Crato em 1951 e desde muito novo precisou se sustentar.

Francisco Santa Filho é um idoso de 68 anos bastante conhecido na comunidade em que vive como ‘Zezinho’, e reflete perfeitamente os contrastes sociais que podemos encontrar no Brasil. O idoso trabalha vendendo picolé desde os 12 anos de idade, em frente ao colégio particular Diocesano, bastante tradicional no município de Crato, interior do Ceará.

Idoso com quase 70 anos está aprendendo a ler e a escrever.

Ele cresceu sem saber ler e escrever, porém, agora essa realidade está mudando, afinal, ele ganhou uma ‘professora’ de apenas 9 anos de idade, chamada Bárbara Matos Costas, que é aluna do colégio e há dois anos está ensinando Zezinho a ler e escrever.

A psicopedagoga Risélia Maria, resolveu fotografar uma das aulas e a foto viralizou logo que ela compartilhou a imagem em seu perfil no Facebook, onde tanto Zezinho, como Bárbara, aparecem bastantes concentrados: “O Zezinho merece um dez!”, elogia a professorinha, que não faz segredo sobre seus métodos de ensino.

Garotinha ensino o idoso a superar seus limites.

“As vezes, eu escrevo uma palavra com tracinhos para ele cobrir, como ‘picolé’ e ‘amor’. Também coloco as letrinhas para ele juntar”, diz ela, que quando crescer sonha em ser veterinária, médica, ou chef de cozinha.

Zezinho celebra seu progresso em meio às aulas com a garota. “Já sei assinar meu nome e juntar algumas letras. Ela me ensina aos pouquinhos e eu vou aprendendo devagar”, relata o vendedor de picolé, que sempre achou que não tinha mais cabeça para aprender.

Francisco nasceu em Crato em 1951 e desde muito novo precisou se sustentar, por isso, escola sempre foi uma realidade bastante diferente pra ele. “Com a repercussão dessa história, estamos montando para ele um material de alfabetização. A professora Risélia também está se dispondo a ensiná-lo. Francisco diz que o tempo dele é corrido por conta dos picolés, mas a Risélia está bem disponível. É só ele querer”, diz a coordenadora pedagógica Nágela Maia.

Francisco nasceu em Crato em 1951 e desde muito novo precisou se sustentar, e não pôde ir à escola.

Muito além de matérias escolares, Risélia destacou o que mais tem aprendido com Zezinho e Bárbara: “Quando eu vi a cena desta aluna ensinando a ele, isso me comoveu muito. Encarei como um aprendizado para mim enquanto educadora. Já era para nós termos tomado a iniciativa de ensiná-lo a ler e a escrever, pois faz muitos anos que ele vende picolé ali nas redondezas do colégio. Eu mesma sou ex-aluna da escola e fui ‘cliente’ dele na infância. Leciono faz mais de 30 anos. Precisou que eu presenciasse aquela cena para me tocar”, finaliza.

Fonte: Criatives - http://www.criatives.com.br/2019/04/vendedor-de-picole-com-quase-70-anos-esta-aprendendo-a-ler-e-escrever-com-garotinha-de-apenas-9/

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