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Empresário de Juazeiro do Norte envolvido em litígio por herança de ‘Padim Ciço’ é assassinado

Ele foi atingido por tiros disparados por ocupantes de uma motocicleta.

Por Diário do Sertão

16/07/2018 às 08h49

Terreno foi deixado em herança pelo "Padim Ciço' a dois santos: Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e São Miguel (Foto: Fantástico/Reprodução)

Francisco Pereira da Silva, empresário do ramo imobiliário, foi assassinado na manhã deste sábado (14), em Juazeiro do Norte. De acordo com a Polícia Civil, o crime ocorreu por volta das 10h30, no Bairro Salgadinho, quando ele foi atingido por tiros disparados por ocupantes de uma motocicleta. O empresário estava envolvido em uma disputa judicial de bens deixados em herança pelo ‘Padim Ciço’ a dois santos.

De acordo com a polícia, o empresário trafegava nas proximidades do Anel Viário, perto da ponte sobre o Rio Salgadinho. Ao ser atingido pelo disparos, perdeu a direção do veículo e caiu em um barranco.

O carro, que ficou parcialmente destruído, tinha várias marcas de bala e os vidros quebrados. Francisco Pereira da Silva morreu no local. A polícia investiga a autoria do crime e as motivações do assassinato.

Polêmica
Proprietário de dezenas de imóveis e terrenos em Juazeiro do Norte, o empresário se envolveu em uma questão polêmica com a Igreja Católica que foi parar no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília. Trata-se da herança deixada pelo Padre Cícero Romão Batista – o ‘Padim Ciço’ – para dois santos: Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e São Miguel de Juazeiro do Norte.

São terrenos e imóveis que foram doados pelos fieis ao ‘Padim Ciço’ e que o deixou milionário. Em 1998, o então vigário da paróquia de Juazeiro do Norte, Padre Francisco Murilo de Sá Barreto, decidiu vender parte da herança dos santos: um terreno de 750 mil m², que o empresário Francisco Pereira da Silva afirmou ter comprado por R$ 85 mil. Localizada no Bairro São José, hoje a área está avaliada em R$ 30 milhões.

Em 2010, ao tomar conhecimento da transação imobiliária, a Diocese do Crato entrou com uma ação na Justiça questionando a venda. “A igreja quer reaver a sua propriedade que foi usurpada. A Diocese do Crato foi surpreendida – no ano de 2010 – com uma transferência irregular dessa propriedade, hoje sob litígio. Nós temos documentos oficiais que a propriedade desses terrenos é a Diocese do Crato, a Igreja”, afirma o advogado da Diocese do Crato, Harles Macêdo, em entrevista ao Fantástico em 2016.

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