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Jurista alerta que golpe do falso advogado já fez vítimas em Cajazeiras; criminosos se utilizam de dados reais

Golpistas estão se passando por advogados e usando dados de processos para aplicar golpes via whatsapp. O chamado "golpe do falso advogado" se alastra por todo o Brasil

Por Luiz Adriano

26/05/2025 às 18h33 • atualizado em 26/05/2025 às 18h49

O advogado paraibano Renato Abrantes que reside em Fortaleza-CE, colunista do Direto ao Ponto, no programa Olho Vivo da Rede Diário do Sertão desta segunda-feira (26), falou sobre criminosos que têm se passado por advogados e aplicado golpes contra vítimas em vários estados do país.

O jurista citou a operação “charlatão”, deflagrada recentemente pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul e do Ceará que prendeu 9 pessoas, todas envolvidas no golpe. Segundo o jurista, só no estado gaúcho o prejuízo chega a quase R$ 1 milhão. Ele disse que ao todo, mais de 30 vítimas já foram identificadas.

Renato lamentou a situação e disse que os crimes não se restringem apenas aos dois estados citados. Ele falou que há casos confirmados na Paraíba e inclusive, em Cajazeiras.

“Aqui na nossa Paraíba, aqui no nosso Ceará, inclusive na nossa Cajazeiras já temos muitos casos registrados. Pessoas de bem que confiaram nas mensagens enviadas e acabaram caindo e fazendo transferências para esses criminosos”, disse o advogado.

Modus Operandi – De acordo com o colunista, o golpe do falso advogado funciona da seguinte maneira: os criminosos entram em contato com alguém que tem processo na Justiça, e munidos de dados reais dos autos, se passam por advogados e se utilizam “de uma lábia muito afiada e convincente”.

Ele explica que geralmente, os golpes são feitos via Whatsapp. “Usam nomes reais, fotos, logomarcas de escritório. Dizem que o cliente (a vítima), teve uma vitória em uma ação judicial e que para receber o dinheiro é preciso pagar antecipadamente algum valor como taxa, tributo, honorário, ou qualquer outra coisa que valha, e o pior, tudo parece ser muito verdadeiro”, detalhou.

Renato Abrantes falou que os golpistas enviam inclusive documentos do processo como por exemplo: a petição inicial. “Usam uma linguagem rebuscada, uma linguagem jurídica e pressionam a vítima a fazer transferências via pix, depósito bancário. Em alguns casos se utilizam de pressão afirmando que estão com juízes ou em gabinetes, prontos para despachar com eles, para liberar os valores”, acrescentou.

“Temos um golpe frio, bem planejado e infelizmente, tem dado certo”, lamentou o jurista.

Ferramentas – De acordo com o advogado, o Conselho Federal da OAB criou um grupo nacional de trabalho onde lançou ferramentas úteis para a população identificar os golpistas. Trata-se do aplicativo “Confirme ADV”. Segundo ele, o app é de uso gratuito. “Todo mundo tem acesso, permite checar se tal advogado, de fato é ele. Essa iniciativa foi anunciada no começo do mês de maio e está em pleno curso, visando proteger a sociedade”, frisou.

Além da ferramenta citada, Renato Abrantes disse que os Conselhos estaduais da OAB têm feito campanhas para orientar a população. O colunista deixou um alerta para que as pessoas possam tomar mais cuidado.

“Não acredite de imediato, desconfie, tenha cautela, cheque as informações. Nunca transfira nenhum dinheiro sem antes conversar com seu advogado, com a sua advogada. Se puder, ligue para um telefone que saiba ser dele, que seja um telefone fixo ou um Whatsapp confiável, ou melhor ainda, vá presencialmente conversar com seu advogado”, finalizou.

DIÁRIO DO SERTÃO

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