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Aluno da rede pública vence déficit de atenção e passa em medicina na UFC

Ele é o primeiro da escola EEP Eusébio de Queiroz a ingressar no curso. Jovem tinha jornada tripla entre colégio, estágio e cursinhos

Por Ana Maria

02/02/2017 às 09h24

Felipe chegou a tomar remédios, mas adotou método para conseguir se concentrar na hora de estudar (Foto:Arquivo Pessoal)

Conseguir se concentrar em uma única atividade sempre foi uma das dificuldades do estudante Felipe Mazza de Lima, 17, morador do município do Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza. O déficit de atenção que o obrigou a ter um acompanhamento e a tomar remédios durante a infância não impediu a aprovação na primeira edição de 2017 do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), para o curso de medicina, na Universidade Federal do Ceará (UFC).

“Aprendi a controlar o déficit, então, ele já não me afeta mais como antes. Quando preciso estudar me isolo e fico longe do barulho”, explica.

Com 980 pontos na redação e 740 na média do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), Felipe ingressou nas cotas reservadas aos estudantes de escolas públicas e se tornou o primeiro aluno da Escola Estadual de Educação Profissional Eusébio de Queiroz a ingressar no curso.

Aprovação do Sisu (Foto: Arquivo Pessoal)

Filho mais velho de três irmãos, Felipe teve que conciliar a jornada tripla entre as aulas do terceiro ano do ensino médio na escola, o estágio de técnico de logística em uma loja em Fortaleza e um curso extensivo de preparação para o Enem. Aos fins de semana, o adolescente ainda participava das aulas de um cursinho de preparação da UFC. “Também acordava antes do horário de ir para aula, assim aproveitava para revisar o conteúdo”, afirma. Para facilitar a participação nos cursos, que eram na capital, Felipe chegou a passar uma temporada na casa da tia.

O sonho de ser médico surgiu ainda na infância, mas quase foi interrompido pelo desejo de ser jogador de futebol. “Quando fazia o primeiro ano passei dois meses em São Paulo para jogar em um clube e abandonei a escola, mas me machuquei sério e tive que voltar. O colégio me aceitou de volta e eu investi nos meus estudos”, relembra. A atividade esportiva não deixou de fazer parte da vida de Felipe e era a ela que ele recorria nos momentos de lazer para amenizar a tensão dos estudos.

Para a mãe Renata Mazza, a aprovação de Felipe não foi novidade, pois ele já havia participado de outras duas edições do Enem e também obteve bons resultados. “Ele sempre foi muito dedicado com as coisas que quer, então já sabíamos que mais cedo ou mais tarde ele iria conquistar seu sonho”, afirma.

Resultado das provas do Enem (Foto:Reprodução/site Inep)

Felipe usava o futebol para amenizar a tensão dos estudos e chegou a ser campeão com o time da escola. (Foto:Arquivo Pessoal)

G1

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